Friday, November 03, 2006

Optimas térmicas e muita velocidade nos voos em Quixadá

Artifgo de Chico Santos - Goup em 1/8/2002.

Um local rico em térmicas e estampado com uma paisagem exótica. Quixadá é assim! Simples e incrivelmente belo. Ideal para quebra de recordes por sua grande incidência de térmicas. Figura entre os pontos mundiais de voo livre com maior preferência dos pilotos europeus e americanos.

"O lugar é único. Basta estar aqui para compreender o porquê", afirma o piloto capixaba Frank Brown, com maior distância de vôos realizados durante os seis dias de provas. As condições de vento são realmente únicas e favorecem a descolagem. Isso deve-se ao clima seco da região, que cria bolhas de ar quente, produzindo as térmicas e levam às alturas os praticantes do voo.

"Para se ter uma idéia de como é maravilhoso esse lugar, aqui não existe o voo prego, quando o piloto descola e em pouco tempo faz o pouso. As distâncias percorridas são incríveis!", comenta o piloto de Asa-delta, Cláudio Landim. Landim pratica o desporto há 10 anos e conhece bem as características da região.

Outra vantagem da prática do voo livre em Quixadá é a velocidade com que as descolagens são feitas. O piloto deixa a rampa e ganha altitude em poucos segundos."Nem é mesmo necessário ganhar velocidade", comenta Landim. O voo é significativamente perfeito e as térmicas conspiram a favor das provas de velocidade e das provas de cross country (longa distância). Os chamados monólitos (elevações rochosas típicas da região) parecem desafiar a maestria dos pilotos do voo livre. A cidade, situada no sertão central do Ceará, foi descoberta há quatro anos por pilotos de vasta experiência no desporto.

"Aqui encontram-se as melhores térmicas do mundo, o que explica a grande procura de pilotos do mundo inteiro por este local". A cidade de Quixadá é hoje conhecida mundialmente. Todos os anos a equipa francesa de Asa-Delta participa do desafio. Os ingleses também estão descobrindo a qualidade do voo do lugar. Este ano Jim Coutts e Richard Westgate quebraram o recorde de parapente com voo duplo de golo declarado, alcançado a marca de 250 quilómetros, a maior distância feita até agora no mundo. O recorde mundial dos ingleses já é destaque na imprensa inglesa. "Queremos muito estar todos os anos aqui para fazer coisas incríveis", enfatiza Richard Westgate.

Em Quixadá até os gaviões têm nome - Euclides tem uma casa sobre a pedra do Santuário, situada à direita da rampa de vôo. Enquanto os pilotos se preparam para mais um dia de competição, ele se aproxima da rampa para avaliar seus companheiros. Chega inclusivamente a pousar sobre as asas e equipamentos. O gavião já é conhecido no lugar e conseguiu ganhar a confiança dos pilotos. "Euclides está sempre presente. É uma espécie de companheiro de todos nós", brinca o piloto António Almeida. O nome foi empregado pelos pilotos e chegou ao conhecimento dos competidores. O bicho é uma espécie de guia do voo, já que como não gosta de bater as asas, o gavião apanha as térmicas para ganhar altura. É a natureza ajudando o homem a voar.

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